A1 - Distúrbio

 - Esse tipo de criatura é normal por aqui?

 - De maneira alguma, senhor Ivan. - Interrompe o taverneiro - Mas o que eu um velho como eu poderia fazer contra esses malditos insetos? A propósito, eu sou Jerome, e o pequeno se chama Raoul. Você já parece estar se entendendo com o padre Jekyll - continua o taverneiro, limpando o balcão com um pedaço de pano velho, que não parecia limpar a superfície mais do que espalhar o que restou da bebida. - E mais uma coisa - continuou - vou ter que cobrar mais pela caneca.

A atenção é subitamente voltada ao jovem ajudante enquanto o mesmo se afasta rapidamente da parede com um grito assustado, apontando o dedo trêmulo para o canto da parede, ainda com cacos e bebida espalhados. O velho Jerome se volta para o canto em questão e, percebendo algo, aproxima-se.

 - O que houve agora, rapaz? Não me diga que... uh? Pois bem... imagine só, senhor Ivan, parece que você realmente acertou aquela-Oh, deuses!

A face de espanto do velho taverneiro só é superada pelo terror de Raoul, com seus olhares fixos no canto da parede, tentando imaginar não apenas o que era aquilo, mas como seria possível que algo assim pudesse estar ali.

Notando o real espanto de ambos os funcionarios do estabelecimento, desliza a mão rumo ao cabo da espada e começando a se mover questiona:

Pelos deuses. Oque está havendo aqui?...

Colocava o resto de água da jarra em seu cantil, observando os últimos acontecimentos com curiosidade e discrição, ainda mais agora que ali estava um padre dos bem enxeridos. Judas não gostava nenhum pouco do tipo, portanto se levanta e caminha em direção a porta. -Estou saindo. Anuncia quase que para si mesmo, porém alto o suficiente para a mestiça escutar. 

Ao chegar à soleira da porta é paralisado pelo grito do garoto. Se vira em um movimento rápido, mais por instinto do que por escolha, e sua atenção agora é dirigida completamente a Ivan.

Jekyll acompanhava toda aquela cena rezando para que nada passasse de apenas uma balbúrdia. O que será que aqueles estranhos poderiam fazer ali, naquele lugar? Bom, ele não queria de forma alguma descobrir...

Jimmy Quinn escreveu:-Estou saindo.

- Que os Deuses te acompanhem em sua jornada.


Quando estava quase que distraído em seus pensamentos novamente, Jekyll foi mais uma vez surpreendido, se virando para onde ouvira um grito...

Voltava a buscar o que restara de sua cerveja no balcão ao ouvir o anúncio de um dos companheiros de viagem que se retirava, mal deu tempo de bebericar um gole da caneca quando foi surpreendida pelo grito, num sobressalto, derrubou a caneca e perdeu o último gole de sua cerveja, saltou para longe do balcão e voltou o olhar para os donos do recinto, que se encontravam em pânico.
- Mas o que...
Voltou sua atenção para a parede, deslizou a mão até o arco se preparando para o que diabos fosse aquilo.

Os visitantes imediatamente intencionando se aproximar, talvez por curiosidade, ou anseio por ação, o velho Jerome rapidamente estende o braço em direção a eles, intencionando-os a não se aproximar.

- N-Não, por favor, figuem onde estão! - Diz o taverneiro. - Não é nada que, erm... P-Padre Jekyll, o senhor deveria ver isso...

O ajudante, vencendo seu temor, move-se para fora do balcão, com gestos descoordenados e pouca sensibilidade, como se tivesse ficado vários anos travado na mesma posição, e corre para fora do estabelecimento, um grunhido desconfortável sendo ouvido logo após, com o jovem vomitando na entrada da estalagem.

Enquanto isso, Jerome, com gestos ainda trêmulos, acena para o sacerdote se aproximar e aponta a causa de tanto furor aos presentes: Ao canto da porta fechada, ainda com sangue fresco nas pontas, estava um par de dedos, aparentemente humanos.

Matt G escreveu:P-Padre Jekyll, o senhor deveria ver isso...

Jekyll começa a caminhar com passos apressados para onde fora chamado. Olhando para aqueles dedos que aparentemente foram recém cortados:

- Jerome o que isso significa? - olhando na direção dos demais - Quem aqui pode me dar uma explicação do que é isso?

Jekyll volta então para o homem com um braço de pedra e sem se mover de onde estava diz:

- Ei você! Você tem algo a ver com isso?

Apertando com mais força o cabo de sua espada, como que num esforço a mais para ignorar a infeliz acusação do sacerdote se aproxima.

--Mas que... O que está havendo aqui?!?

Caminha em direção a toda aquela comoção e olha sobre o balcão. Ao confirmar que se tratavam de dedos, Contorna o balcão até o seu acesso para a parte de trás, ali para.
Ainda muito curioso com a situação tão incomum, retira um pedaço de pano do bolso e dirige a palavra ao taverneiro e ao padre que ali estão, a frente dos dedos multilados.

-Posso dar uma olhada?

Queria se certificar se eles eram realmente humanos.

Recompondo-se do choque inicial de descobrir os dedos decepados, Jerome, ainda abalado pelo incidente, não parece motivado a mediar os primeiros sinais de um possível conflito entre o sacerdote local e os viajantes recém-chegados, mas o taverneiro não ficou completamente indefeso pela situação.

 - Raoul, vá chamar os guardas! - Diz ele, com uma voz um pouco fraquejada. - O resto de vocês, é melhor se afastarem. - Completou, dirigindo-se aos viajantes.

Quanto aos dedos, ao serem observados, a primeira característica distinta a ser notada é sua pele escura, porém delicada, com unhas ligeiramente compridas e bem-cuidadas, dando a impressão de terem pertencido a uma mulher.

Após rápida análise e concluído tardio, qualquer forma de intervenção imediata. Afasta-se, ainda sob alerta de qualquer revés que possa vir a surpreende-lo.
--- São... Dedos.. ? Mas de quem?!? E por quê diabos, eu teria algo a ver com este maldito amputamento! (Dirigindo-se ao sacerdote).

Matt G. escreveu:- Raoul, vá chamar os guardas! - Diz ele, com uma voz um pouco fraquejada.

Evade rapidamente do local, caminhando na direção oposta a de Raoul, e procura algum lugar para se sentar ao ar livre, de preferência perto de outras pessoas, para não chamar a atenção em isolamento...

Um muro de pedra qualquer próximo a taverna estaria de bom tamanho, o que importa para Judas é que o estabelecimento fique a vista para ele observar o comportamento dos seus companheiros de viagem diante do ocorrido.

Deixando um pouco de lado a presença de todas aquelas pessoas em volta de um par de dedos, Jekyll olha para todos os lados dentro daquele pequeno local para uma análise dos rostos ali presentes.

Relaxou os ombros e se afastou, sentou-se em uma das mesas da taverna e observou os que se encontravam ali.

Com os ânimos aparentemente acalmados, um silencio incômodo pairava no ar, com os únicos sons audíveis no ambiente sendo os de Jerome retornando a seus afazeres, recolhendo os cacos de cerâmica e limpando a bebida esparramada, e por último a varanda, onde Raoul havia vomitado. Tão logo o cheiro impregnante da bile começava a se esvair, trazendo um breve alívio aos presentes, os passos apressados do ajudante, trazendo consigo não menos que três guardas, podiam ser ouvidos.

Durante esse período, Judas, acostado à parede da casa em frente à estalagem, pôde ser o primeiro a perceber os guardas se aproximando. Um deles, percebendo o rapaz, se dirigiu ao próprio, pedindo-o para que retornasse ao estabelecimento.

 - Vou pedir para que fiquem aqui dentro enquanto esclareço as coisas com o padre Jekyll. - Disse um dos guardas, dentro da estalagem, o qual o sacerdote conhecia por Garos. - Para o próprio bem de vocês e dessa cidade, sugiro que não façam nenhuma estupidez. Agora, algum de vocês poderia me dizer com detalhes o que aconteceu aqui?

A pergunta foi voltada principalmente para Jekyll e o velho Jerome, mesmo que feita em alto e bom tom para todos os ouvintes presentes, uma vez que a presença dos visitantes visivelmente se resumia a ser tolerada.

Permitindo-se ignorar as infelizes indagações anteriores, se afasta abandonando a provável hostilidade de sua reação que poderia ser mal interpretada pelos presentes oficiais.
-- meu único intento ao entrar aqui era uma refeição decente e uma cama de palha fresca para me recompor após dias na estrada.

Se sentando a uma distância aleatória tenta reacender o fumo do cachimbo a tempo apagado.

Matt G. escreveu:Agora, algum de vocês poderia me dizer com detalhes o que aconteceu aqui?

- Olha meu jovem, eu pelo menos sei aqui tanto quanto você. Agora, o que acha de bancar o guarda de verdade e vá perguntar para quem seja realmente suspeito? - Apontando com a cabeça para os forasteiros que, segundo seu julgamento, trouxe com eles todos acontecimentos estranhos.

Matt G. escreveu:Durante esse período, Judas, acostado à parede da casa em frente à estalagem, pôde ser o primeiro a perceber os guardas se aproximando. Um deles, percebendo o rapaz, se dirigiu ao próprio, pedindo-o para que retornasse ao estabelecimento.

-Oh, claro.

Prontamente atende ao comando do soldado e, ao entrar na taverna, se posicionando na parede ao lado da porta com as duas mãos a frente apertadas uma a outra. 


Carl Anthemman

"...Agora, o que acha de bancar o guarda de verdade e vá perguntar para quem seja realmente suspeito? - Apontando com a cabeça para os forasteiros..."

Abaixa a cabeça para evitar os olhares suspeitos daqueles hipócritas. Sabia do que sacerdotes e soldados eram capazes e não pretendia ficar naquele lugar por muito tempo. Silencia-se diante as perguntas dos soldados. Não falará nada a não ser que questionado diretamente.

 - Justamente porque eles são suspeitos. - Retruca o guarda à pergunta de Jekyll. Jerome, por sua vez, resolveu ser mais prestativo.

 - Deixe-me explicar. Pouco depois de os viajantes chegarem, um deles avistou uma aranha enorme na parede atrás de mim. Eu também não teria acreditado se não tivesse visto com meus próprios olhos! Aquele inseto maldito escapou para o andar de cima, e me restou essa bagunça para limpar. - O taverneiro explica, o guarda apenas erguendo uma sobrancelha em reação à história aparentemente fantástica. - Mas o mais perturbador, foi o que Raoul encontrou logo depois...

Acenando para o guarda se aproximar atrás do balcão, Jerome aponta para os dedos decepados, ainda intocados, ao canto atrás da porta. igualmente surpresos, a primeira reação de Garos foi se aproximar dos viajantes.

 - Revistem eles. - Ordenou, recolhendo os dedos com um pano, como se esperasse achar o resto da mão a que eles pertenciam em meio aos pertences do grupo. - Reno, verifique os quartos, só por precaução.

Um dos guardas se dirigiu ao andar de cima para investigar, enquanto os outros se dirigiam aos viajantes, exigindo-lhes seus bens para serem investigados.

Familiarizado com o procedimento solicitado pelo oficial, deposita sobre a mesa sua espada e mochila levanta-se e recua a uma distância suficiente para que o mesmo possa realizar seu trabalho, com exceção do cachimbo que recém aceso recebe o primeiro trago.

--Aqui estão os meus pertences.. Se quiser acompanhar os oficiais padre, sinta-se convidado.

Da mais um longo trago e Aguarda a execução da tarefa ordenada.

Genéric player 1 escreveu:Aqui estão os meus pertences.. Se quiser acompanhar os oficiais padre, sinta-se convidado. 

- Muito obrigado pelo convite meu jovem, mas a não ser que alguém aqui necessite confessar seus pecados para mim e todos os guardas presentes, ou que precise de uma extrema unção, eu irei esperar os guardas do lado de fora. Com licença.

Jekyll acena cordialmente para o taverneiro, para os guardas e com um tom sarcástico para os estrangeiros dentro daquele local, empurra vagarosamente a porta e decide se apoiar na parede do lado de fora da taverna.

Ellaria depositou seus pertences em cima de uma das mesas, com exceção de seu arco e flechas, que manteve preso às costas, e se afastou sem tirar os olhos dos oficiais esperou que realizassem sua revista não tendo nada a esconder. Quando o velho padre se retirou, pôs-se a pensar que este era um candidato tão bom quanto eles a ser um suspeito e deveria também ser revistado. Optou por não se pronunciar contra o homem.

Em absoluto silencio, caminha para a mesa mais próxima ao qual coloca sua bolsa de viagem, uma espada e uma adaga. Se afasta um passo e torna a juntar as mãos a frente, observando os guardas.